segunda-feira, 9 de março de 2009

Mais sobre OS FANFARRÕES – por Raul Franco


Ontem eu estava lendo o blog Zen Cultural, do jornalista André Azenha e, coincidentemente, deparei-me com um post do dia 30 de novembro de 2007, intitulado FANFARRÃO, que dizia o seguinte:
“Papo rápido. Incrível como a palavra ‘fanfarrão’, dita pelo célebre personagem Capitão Nascimento no filme Tropa de Elite já se tornou lugar-comum nos textos de cultura pop e reportagens alheias”.
E depois ele dissertava sobre o termo, mais precisamente o adjetivo. Enfim, mas o que eu quero dizer, o que na verdade faltou falar, é que a escolha do nome da nossa companhia também foi algo mágico e que, logo depois, também entrou na área da sorte.

Um pouco de história. Estávamos em processo de ensaio, ainda aprimorando os nossos esquetes cômicos. E lá pelo mês de abril, mais ou menos, o Mineirinho veio até mim e sugeriu que tivéssemos um nome. Eu também já sentia essa necessidade. Por enquanto, estávamos apenas ensaiando, sem nos preocupar com isso. E, ainda por cima, eu estava viajando todo final de semana para São Paulo. E em Sampa mesmo eu ficava rabiscando alguns nomes. Lembro que em uma de nossas reuniões, o Mineirinho sugeriu um nome terminado em “ado”, mas aí argumentei que já tinha um monte de nome de grupo em “ado”, como Os Dezequilibrados, Os Surtados e, agora mesmo, Os Avacalhados. Foi, então, que fiz uma lista de nomes terminados em “ões”, até porque tinha a ver com Os Trapalhões, e, principalmente, Os Parlapatões – outro grupo de palhaços que eu tanto adoro. E além de Os Fanfarrões, tinha também Os Bufões na lista. Por sorte optamos por Os Fanfarrões. Tanto que até o nome do nosso primeiro trabalho leva esse nome: FANFARRÕES, A PEÇA. E estreou no dia 14/08/2007, conforme já escrevi aqui.

O fator sorte entra quando as pessoas se depararam com o filme Tropa de Elite, de José Padilha que já vinha sendo um sucesso de pirataria, pois o DVD Pirata saiu antes da estréia oficial do filme, que só ocorreu dia 05/10/2007, quase dois meses depois da nossa estréia. E a frase do Capitão Nascimento se tornou célebre e logo fez com que as pessoas se lembrassem de nós. E até brincamos muito com isso, tanto que fizemos um vídeo e postamos na Internet (segue o link: http://www.youtube.com/watch?v=agjWkq6XCoQ ).

E o barato é que parece que reinventamos a palavra, assim como no filme Tropa de Elite, e é um termo antigo, que caíu, talvez, em esquecimento, e que era muito usado na commedia del’art – nossa outra grande referência – referindo-se ao sujeito que posava de valentão, mas, no fundo, não passava de um medroso, covarde. E foi essa conotação que nos seduziu, ao mesmo tempo em que lembra “farra”, e é o que buscamos a cada apresentação nossa.
É isso! Que essa sorte continue nos acompanhando.
Raul Franco

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